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11 novembro 2014

Primeiro amor


Eu ingênua, tive meu primeiro amor à primeira vista, da minha e exclusiva parte, garanto que até sem vista nenhuma ficaria apaixonada. Era verão, estava na minha casa de praia quando uma bola de beisebol veio a rolar na frente do meu portão. Eu deitada na rede, espiei sobre a beirada do tecido dela, e o avistei… Lindo!

Na mesma analogia que Bella descreve o brilho de Edward quando certa vez ficou exposto ao sol! O tempo parou, ficou somente naqueles minutos, a qual ele veio pegar a bola. Era apenas um simples menino com uma camiseta branca e uma bermuda preta. (Como você lembra até da roupa?) Bom, me lembro de muitos momentos até cada detalhe se duvidar.

Espera aí, eu disse simples menino? Eu acabei de falar simples para o menino que eu iria pensar pelos próximos cinco verões. E veja como são as coisas, meu irmão se tornou o melhor amigo dele naquela época, a gente acabou ficando mais próximo, para minha infelicidade em certo ponto. Mas, eu nunca falei nada. Para variar, era mais uma dessas meninas, com síndrome do patinho feio, óculos, gordinha, tímida e simpática com poucos, ou quase todos, sei lá.

Assim, desse jeito, quando ele saberia o que eu sentia? Nunca, convenhamos. Era engraçado como eu ficava toda sem jeito quando estava por perto, como eu ficava preocupada por algum motivo caso não passasse o dia na minha casa de praia. Como eu adorava o jeito o qual me abraçava e vivia de brincadeira comigo. E por incrível que parece só nos encontrávamos nos verões, eu ficava o ano todo pensando nele, torcia para que no próximo verão por alguma luz divina se apaixonasse por mim, então eu pudesse falar tudo que sentia e viveríamos uma linda história. Bem típico de menina boba. Mas não, isso nunca aconteceu, só acontecia nos meus sonhos, claro, e bem lá no fundo do meu mundo ilusão. 


Talvez se tivesse dado a cara a tapa, hoje poderia estar escrevendo outra historia, tivesse tido coragem mesmo. Mas não tive, e muito menos sabia como dizer o significado dos inúmeros friozinhos na barriga o qual eu sempre tive só em avistar a presença daquele menino. Ele sempre me viu como uma grande amiga, esse era o carinho enorme dele por mim, e só. Já o meu carinho enorme era paixão, era vontade de ficar perto, de elogiar, de rir das palhaçadas a qual ele fazia, de abraçar, poxa, era meu primeiro amor (de verão) de vários que viriam pela frente nos anos a seguir.

Assim como os verões o tempo passa, a gente cresce e muita coisa muda. Depois de um tempo eu não vi mais aquele menino. E vários outros meninos passaram pela minha vida. Nem o destino ainda pregou uma peça e fez ele reaparecer. A vida tem disso, faz parecer que alguma pessoa poderia ser tudo quando na verdade era só mais um para contar história.

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